Histórias de Moradores de Birigui

Esta página em parceria com o Museu da Pessoa é dedicada a compartilhar o acervo de vídeos e histórias com depoimentos dos moradores.

História do Morador: Aníbal Lopes
Local: São Paulo
Ano: 28/10/2013



 



Construindo a casa própria

Sinopse:

A entrevista de Aníbal Lopes foi gravada pelo Programa Conte Sua História no dia 17 de outubro de 2013 no estúdio do Museu da Pessoa, e faz parte do projeto "Aproximando Pessoas - Conte Sua História". Aníbal Lopes veio para São Paulo com 15 anos e desde os 08 anos de idade trabalha como marceneiro. Não gostava de trabalhar na roça e quando jovem seu pai descobriu seu dom para construir objetos e o mandou para uma marcenaria. Construiu sua própria casa e vários móveis da casa de sua filha, além de muitos objetos decorativos e santos.

História:

Meu pai trabalhava com pedras, canteiro. Aquelas pedras de rua, calçada. Mamãe era doméstica. Eu morava em casa de fazenda, aquelas filas de casas nas fazendas. Plantava pra comer e colhia café. Quando comecei ir na roça tinha mais ou menos uns dez anos, foi lá em Birigui, fazer plantação, colher café, arroz, plantar feijão. Meu pai trabalhava de podar café pro dono da fazenda, seu Nicolau.

Brincava também. Festa junina, fazia fogueira e a gente visitava, tinha uns tios lá que soltavam rojão. Nossa, eu tinha uns primos que eram animados, aqueles foguetinhos, bomba. Eu não era muito entusiasmado assim, não, mas a gente visitava, quase todos faziam fogueira, ia descendo a colônia. Aí eu tinha 13 anos, eu fazia carrinhos. Pegava essa lata de marmelada, naquele tempo tinha aquela lata de marmelada retangular, mais ou menos 15 por 20, pegava carretel, cortava no meio assim e pegava uma varetinha e fazia o eixo e colocava assim. Furava na latinha, colocava os eixos aqui, e era o carrinho. Comecei a trabalhar com 13 anos lá na cidade. Ia e voltava, não ficava, porque era perto a cidade. Comecei a trabalhar de marceneiro. Meu pai veio em 37, eu fiquei um ano na marcenaria na casa de uma irmã lá, fiquei um ano lá na casa dela até 38. E lá eu estudei com um professor à noite pra ter mais um esclarecimento, aí eu aprendi bem as quatro operações, mas não lia muito. Mas não tive diploma não. Naquele tempo era, nossa, tão bom! Eu pegava o bonde. Depois eu mudei de marcenaria, fui pra Canindé, já ouviu falar no Canindé? É lá pro lado onde o São Paulo tinha o campo, tem a Portuguesa. Eu ia de bonde.

Agora aí na Rua Diana eu fiquei de 38 até 40... fiquei uns três anos. Ali eu pratiquei bem, fiz ferramentas, essas coisinhas todas, tinha que comprar uma ferramenta e comecei já a fazer cadeira, essas coisas. E me aperfeiçoei um pouco Eu comecei a fazer móveis, eu ia tirar na tora. A gente ia na serraria, escolhia a tora e mandava cortar. Não eu, eu era marceneiro, mas os patrões escolhiam as toras e mandava cortar mais ou menos dois centímetros de espessura, um centímetro, três, quatro, cinco, até dez centímetros de espessura, fazia aquelas pranchas. Aí vinha pra marcenaria, a gente entabicava ela. Aí um amigo, até parente lá do meu cunhado me chamou pra ser vendedor. Eu estava fazendo bico na época, tinha largado a marcenaria. Então ele falou: “Você não quer fazer um negócio comigo? Eu esotu fabricando calções, você não quer ser vendedor?” Eu experimentei, isso foi em 62. Eu comecei e deu certo, viu? Aí comecei a vender mais mercadoria. Um me fornecia conjuntinho de menina, aí comecei a evoluir. Depois, em 62, eu comprei um carro. Mas naquele tempo, eu construí o sobrado onde eu moro até hoje.

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